SALMO 85 – Salmo dos filhos de Core
“Favoreceste, SENHOR, a tua terra; restauraste a prosperidade de Jacó.
Perdoaste a iniquidade de teu povo, encobriste os seus pecados todos.
A tua indignação, reprimiste-a toda, do furor da tua ira te desviaste.
Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação, e retira de sobre nós a tua ira.
Estarás para sempre irado contra nós?
Prolongarás a tua ira por todas as gerações?
Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?
Mostra-nos, SENHOR, a tua misericórdia e concede-nos a tua salvação.
Escutarei o que Deus, o SENHOR, disser, pois falará de paz ao seu povo e aos seus santos; e que jamais caiam em insensatez.
Próxima está a sua salvação dos que o temem, para que a glória assista em nossa terra.
Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram.
Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar.
Também o SENHOR dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto.
A justiça irá adiante dele, cujas pegadas ela transforma em caminhos.”
Provavelmente este salmo tenha sido escrito depois do retorno dos judeus do cativeiro em Babilônia.
Então nós temos aqui a manifestação de gratidão por Deus ter favorecido o Seu povo restaurando-o em sua própria terra, e por ter perdoado a sua iniquidade, depois de terem passado setenta anos no cativeiro.
Deus havia se desviado do ardor da Sua indignação e do furor da Sua ira, depois de tê-los corrigido numa terra estrangeira de aflição.
Todavia, foi para uma terra desolada e queimada que eles haviam retornado.
Haveria necessidade de reconstruir tudo o que havia sido destruído pelos babilônios, e havia muitos inimigos que estavam se opondo ao retorno deles, especialmente os samaritanos.
Por isso, ao mesmo tempo que orava agradecendo a Deus pela restauração, o salmista lhe pediu também que os restabelecesse completamente e que retirasse de sobre eles a Sua ira, vivificando-lhes com o regozijo da Sua presença e misericórdia, concedendo-lhes a Sua salvação.
O salmista não orava como quem duvida, porque tinha a plena certeza de que o Senhor ouviria as orações de Seu povo e que voltaria a lhes falar de paz, e preservaria os Seus santos para que não caíssem em insensatez.
Tal seria o caráter da salvação que Deus manifestaria a Israel, especialmente nos dias do Messias, que haveria um encontro da graça com a verdade; e a justiça e paz se beijariam, isto é, estariam conciliadas.
A graça de Jesus faria com que a verdade brotasse na terra, e a justiça baixaria o seu olhar desde os céus, porque muitos seriam justificados aos olhos de Deus, desde os céus, com a própria justiça de Jesus.
E o fruto desta graça e justiça seria o fruto do Espírito Santo, do qual o salmista ressaltou a bondade.
Isto sucederia porque a justiça do Senhor iria adiante dEle, e Suas pegadas formariam caminhos retos para que o Seu povo ande por ele.
Isto significa que o Senhor não trataria com o Seu povo, na base da própria justiça deles, mas com base na justiça de Seu Filho Jesus Cristo.
Todavia, esta justiça lhes seria dada e atribuída para que vivessem na prática da justiça, a qual também seria neles implantada progressivamente pelo Espírito Santo.